O “Sócio” que Você Não Conhece: A Realidade da Associação de Proteção Veicular

 

O dia em que tive que explicar para meu primo o perigo do rateio de despesas

 

 

Você não é um cliente, você é um membro do clube. E isso muda tudo.

 

Meu primo mais novo, o Rafa, me ligou todo animado. “Pri, tô fechando a proteção pra meu carro! Metade do preço do seu seguro!”. Senti aquele arrepio que mãe deve sentir. Pedi pra ele vir tomar um café em casa. Com a xícara na mão, o cheiro de bolo de fubá no ar, eu comecei o “interrogatório”. Eu perguntei: “Rafa, você sabe o que é uma associação de proteção veicular?”. Ele respondeu o que a maioria responde: “É tipo um seguro mais barato”.

E aí eu tive que desenhar. Literalmente. Peguei um guardanapo e expliquei. “Num seguro, você paga e a empresa, que tem um caixa bilionário e é fiscalizada, assume o seu risco. Numa associação de proteção veicular, você e todos os outros membros são os donos do risco. Se o carro de alguém bate, a conta é dividida entre todos vocês. É um rateio”. O olhar dele foi mudando. Contei a ele sobre um caso que peguei, de uma associação que teve um mês terrível de sinistros. A fatura extra do rateio que chegou para os associados era mais cara que a mensalidade do seguro tradicional. A revolta foi geral.

O erro dele, e de muitos, é não entender essa estrutura. Ele estava focado na mensalidade fixa, sem compreender a variável do rateio. A dica que dei a ele, e dou a todos, é: antes de entrar numa associação de proteção veicular, peça pra ver o histórico de rateios dos últimos 12 meses. Investigue a saúde financeira. Você está se tornando sócio de um clube de risco. Você precisa, no mínimo, conhecer seus companheiros de viagem e a solidez do barco em que está entrando.