A Sereia do Desconto: A Cilada do Seguro de Carro Barato

A lição que aprendi da forma mais amarga: o barato sai, sim, muito caro
Quando a economia de hoje vira a grande despesa (e o estresse) de amanhã
Ah, o canto da sereia do seguro de carro barato. Quem nunca se sentiu tentado? No início da minha carreira, com o orçamento apertado, eu caí nessa armadilha com os dois pés. Vi um anúncio, o preço era inacreditavelmente baixo comparado aos outros. Pensei: “É hoje! Vou economizar uma grana!”. Mal sabia eu…
O que eles não te contam é por que é barato. O meu aprendizado veio numa noite fria e garoenta, voltando de uma audiência em outra cidade. Pneu furado numa estrada escura e deserta. O cheiro de borracha queimada e mato molhado. Peguei o celular, disquei o número da assistência 24h daquele meu seguro de carro barato. E começou o show de horrores. A musiquinha de espera, irritante e metálica, tocou por uns 20 minutos. Quando finalmente me atenderam, a pessoa parecia estar num mundo à parte. “Senhora, o guincho pra sua localidade tem um prazo de até 3 horas para chegar”. Três horas! Ali, sozinha, no escuro. Senti um calafrio que não era só da temperatura.
Meu pai quase teve um troço quando soube. “Mas como assim, filha? Que raio de seguro é esse?”. Ele estava certo. Eu economizei no contrato para gastar com táxi (caríssimo, por sinal), com a troca do pneu por conta própria no dia seguinte e, principalmente, com a minha paz de espírito. O erro foi olhar apenas para a última linha, o preço. A dica que eu gritaria do alto de um prédio, se pudesse, é: desconfie de ofertas milagrosas. Um seguro de carro barato demais geralmente significa cobertura mínima, franquia altíssima e, o pior, um atendimento péssimo na hora que você mais precisa. Hoje, eu não busco o mais barato. Busco o “justo”. O que tem um preço compatível com a segurança e o respeito que eu mereço como cliente.