O Ganha-Pão da Família: Quando o Seguro de Van Vira um Caso de Justiça

 

Como registrar uma solicitação de seguro automotivo

Uma lição que aprendi no escritório sobre a importância de proteger um veículo de trabalho

 

 

Como advogada, vi de perto o que acontece quando essa proteção falha

 

Na minha profissão, a gente vê de tudo. E algumas histórias marcam mais que outras. A da Dona Eliane foi uma delas. Ela tem uma pequena empresa de transporte escolar, uma van que era, literalmente, o ganha-pão da família dela e de mais duas funcionárias. Um dia, ela me ligou, a voz embargada, um desespero que eu podia quase tocar. Um carro tinha batido na traseira da van. Nada grave com as crianças, graças a Deus, mas o outro motorista estava alegando uma lesão na coluna e ameaçando um processo milionário. O mundo dela estava desabando.

Meu primeiro pedido foi: “Dona Eliane, me manda a apólice do seu seguro de van“. Fiquei com o coração na mão, esperando receber um daqueles contratos básicos. Mas para minha surpresa, o antigo corretor dela tinha feito um trabalho primoroso. A cobertura para danos corporais a terceiros era altíssima. Enquanto eu lia o documento, sentia o cheiro de poeira e esperança do pequeno escritório dela, onde a gente tinha se reunido meses antes. O desafio foi acalmá-la e mostrar que o seguro de van era exatamente a muralha que a protegeria daquele processo.

O erro que muitos cometem, e que a Dona Eliane quase cometeu ao renovar sozinha no ano anterior, é não contratar a cobertura de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP) ou deixar a de responsabilidade civil muito baixa. É uma economia tola. Vê-la suspirar de alívio, sentir o cheiro do café coado que ela me ofereceu depois que a seguradora assumiu o caso… isso me ensinou mais sobre seguros do que qualquer manual. Um seguro de van, quando bem feito, não protege só um veículo. Ele protege um negócio, empregos, famílias inteiras. E ter a certeza dessa proteção é uma forma de justiça.